Entenda os perigos do celular ao volante

Os smartphones podem ser usados a qualquer momento, mas, o celular ao volante é muito arriscado. Saiba o motivo do perigo e deixe de lado.

Pokémon Go no volante

 

É lei federal, todo mundo sabe, mas pouca gente respeita. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, dirigir o veículo usando fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou com telefone celular é considerado infração de trânsito média e está sujeita a 4 pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 85,13. E isso tudo desde 1997, quando os dispositivos nem eram tão populares assim!

Com mais de 50 milhões de veículos nas ruas do país e 68 milhões de smartphones nas mãos, segundo dados do Denatran e Ibope/Nielsen, é bem provável que, se o motorista der uma olhada pelas janelas, encontre os condutores ao lado fazendo uso dos dispositivos. No entanto, verificar o celular enquanto está dirigindo tem riscos fatais. Saiba de algumas estatísticas que podem se tornar reais se o motorista insistir em atualizar as redes sociais, enviar mensagens ou atender ligações no trânsito.

O que pode acontecer quando usamos o celular ao volante
O Instituto de Tecnologia dos Transportes da Universidade de Virginia realizou um estudo detalhado sobre o comportamento de risco enquanto dirige, já que, em determinadas regiões norte-americanas, a prática ainda é permitida. Os resultados obtidos servem de alertas tanto para motoristas quanto para órgãos públicos.

A distração de olhar para a tela do smartphone dura, em média, 23 segundos. Isso quer dizer que, se o veículo se movimentar a 60 quilômetros por hora, o motorista terá percorrido 380 metros às cegas. Se o carro estiver na velocidade de 100 quilômetros por hora, serão 640 metros sem olhar para a estrada à frente. Em veículos pesados, como caminhões e ônibus, a atitude aumenta em 23 vezes o risco de se envolver em um acidente.

Para o NHTSA, o departamento de trânsito dos Estados Unidos, usar dispositivos móveis ao volante pode aumentar em até 400% o risco de acidente. De acordo com especialistas, é um risco muito maior que se o motorista estiver embriagado.

O tempo necessário só para pegar o smartphone e conferir o número de quem está chamando é de 4,5 segundos. Para reagir diante de um imprevisto no caminho com uma freada, o motorista leva 2,5 segundos se o veículo estiver a 100 quilômetros por hora, sendo 1,5 segundos para perceber o obstáculo e 1 segundo para começar a executar a reação. Os dados são da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) de São Paulo.

Mesmo se o motorista apertar duas teclas por vez no smartphone, ele terá levado 2 segundos sem olhar para a via. O hábito de digitar, olhar para frente e digitar de novo é comum entre os condutores, que perdem um tempo precioso de atenção e reação.

Entenda o hábito
De acordo com a Universidade de Virginia, 47% dos adultos que têm como hábito enviar mensagens fazem isso enquanto estão dirigindo, e 75% dos motoristas admitiram falar ao celular no volante. 44% dos adultos confessaram que já estiveram em situação de perigo em veículos em que as pessoas estavam usando o smartphone.

Segundo a operadora AT&T, 61% dos condutores enviam mensagens na hora em que estão dirigindo, 28% procuram algum tipo de informação na Internet e 12% gravam vídeos. Além disso, muitos não conseguem se desligar das redes sociais: 27% admitem usar o Facebook, 14% usam o Instagram e o Twitter e 17% fazem selfies no carro.

Só em São Paulo, conforme aponta estudo do Hospital Samaritano, 80% dos motoristas usam, sim, os smartphones ao volante, e 8% não está disposto a mudar este comportamento. Na cidade, no último ano, as multas cresceram 22% em relação a 2014. Foram, no total, 430.906 infrações registradas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), número que não reflete a real dimensão do problema, seja por ineficácia da fiscalização ou por ardilosos que cessam o uso ao notar a presença de radares ou de funcionários do trânsito.

A situação, no entanto, é grave em todos os estados do País. No Rio Grande do Sul, 80 mil condutores foram multados no ano de 2014 por estarem usando o celular enquanto dirigiam. No Rio de Janeiro, foram quase 40 mil infrações. Em Salvador, o ato é o quinto maior tipo de infração cometida. São 42 condutores flagrados todos os dias na cidade, e, em Brasília, um motorista a cada 10 minutos é multado. No estado do Amazonas, a cada três acidentes de trânsito, um é causado pelo uso de celular ao volante.

 

O que é permitido
De acordo com o Código Nacional de Trânsito, o condutor só pode ser autuado quando estiver usando fones, celular ao ouvido ou dispositivos visíveis. Desta forma, recursos como Bluetooth e comandos de voz não podem ser considerados infrações.

O avanço da tecnologia já permite realizar e atender chamadas telefônicas, procurar endereços no navegador e ouvir mensagens de texto, tudo isso hands free, ou seja, com as mãos e principalmente os olhos livres para focar no tráfego a ser encarado pelo motorista, já que o áudio é projetado nos alto-falantes do carro. As tarefas podem ser realizadas de modo prático e ainda auxiliam a manter a segurança, tanto para os ocupantes do veículo quanto para as pessoas que estão ao redor.

A consciência dos perigos que envolvem o uso do smartphone ao volante é necessária, pois a maioria dos motoristas não imagina que possam se envolver em consequências graves ou não, graças ao hábito de realizar ligações ou checar mensagens. Por isso, respeitar as leis e pensar em investir em um kit de comando de voz é a melhor forma de lidar com essa obsessão da onipresença dos dispositivos.

Existem perigos que podem ser evitados, e o uso de celular ao volante é um deles. Deixe ele de lado enquanto! Para os perigos que não podem ser evitados, como o acidente causado por outro motorista que usa o celular enquanto dirige, é essencial ter um seguro auto! Seja Bem Mais Consciente, seja Bem Mais Seguro!

Fonte: Guia Auto Bem Mais Seguro
Ver original: https://guiaauto.bemmaisseguro.com/celular-ao-volante/

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